O dia mundial da cianotipia está a chegar! É já no próximo dia 28 de Setembro e ainda podes participar! O tema deste ano é ENCHANTMENT e podes participar de várias maneiras. Para saberes mais clica aqui.
O dia mundial da cianotipia está a chegar! É já no próximo dia 28 de Setembro e ainda podes participar! O tema deste ano é ENCHANTMENT e podes participar de várias maneiras. Para saberes mais clica aqui.
Olá a todos, esperamos que se encontrem bem. Já tínhamos saudades de escrever um post aqui no blog e portanto, uma vez que estamos a dar workshops de fitogramas, lúmens e cianolúmens, achámos que seria uma ideia interessante mostrar-vos o trabalho de alguns artistas que trabalham com cianolúmens, até para vos despertar um bocadinho o interesse e ver que outras coisas é possível fazer com estas técnicas. O cianolúmen, como já referimos aqui no blog anteriormente, é uma combinação de lúmen com cianotipia (podes cosultar o artigo que escrevemos aqui). E por essa razão, os resultados são sempre um pouco imprevisíveis uma vez que depende do papel que usamos, da quantidade de exposição solar, da fora como os químicos interagem entre si, entre outros factores. Ainda assim e apesar da imprevisibilidade, os resultados podem ser bastante interessantes!
O primeiro artista que vos queremos mostrar é então a Mary Thomas cuja conta de instagram é @marytcyanolumen e que trabalha tanto com plantas e outros elementos naturais, como com combinações de ilustrações de Ernest Haeckel. A Mary é uma artista do País de Gales que começou a sua jornada nos processos alternativos de impressão já depois de se reformar de uma carreira como professora em 2014. Começou com a cianotipia e depois a cianotipia húmida. O seu amor pela experimentação foi crescendo e conduziu-a até aos cianolúmens, a sua força máxima de expressão.
A segunda artista que vos trazemos é Annemarie Borg, nascida na Suiça mas vive no Reino Unido. Trabalha sobretudo com elementos naturais e nos seus trabalhos tenta expressar as suas preocupações sobre a importância da beleza e da generosidade da natureza. As suas experimentações com cianotipia continuam e agora está a introduzir tinta e outros substratos nas suas obras.
A próxima artista que vos queremos dar a conhecer é a Jo Stephen. Jo começou por experimentar o processo de cianotipia como forma de imprimir as suas fotografias em casa mas cedo começou a explorar os fotogramas feitos com plantas, folhas e outros objectos encontrados. Começou por explorar mais e mais e apaixonou-se pela cianotipia húmida tendo explorado váriasprodutos que tinha na sua cozinha como vinagre, paprika, sal, sumo de limão, entre outros. As penas de pavão são o seu objecto favorito para fazer impressões de cianotipia húmida e cianolúmens. Podem consultar o seu instagram em @joannunaki.
A próxima artista é a Jane Simmonds, uma artista inglesa que trabalha sobretudo com a natureza e com o elemento "água" que diz ter uma importância crucial no seu trabalho. Além de trabalhar com processos alternativos de impressão fotográfica, a Jane também faz múltiplas exposições e mixed media arte. Para verem mais sobre os seus cianolúmens vão a Cyanolumens - JANE SIMMONDS PHOTOGRAPHIC ART e espreitem também o seu trabalho "Solace in Cyan".
Outro artista que também explora os cianolúmens é o Dan Herrera, um artista e professor que vive em Sacramento, nos Estados Unidos. Inspirado pelo poder dos objectos como meio de contar uma história. As suas imagens misturam narrativa fotográfica com processos alternativos de impressão fotográfica. Podem ver mais sobre o seu trabalho em https://www.danherrerastudio.com/
Finalmente, e porque queremos também mostarar um pouco do nosso trabalho, aqui ficam algumas imagens da série "Women in History" que a Inês Valente realizou em 2022 e que ainda está em desenvolvimento, sobre algumas mulheres que tiveram impacto na História da humanidade. Se tiverem curiosidade sobre o projecto podem ler a entrevista dada à Lomography aqui.
Esperemos que tenham pelo menos ficado com curiosidade para experimentar e/ou aprender esta técnica. Relembramos que esta e outras técnicas também estão disponíveis na nossa zine de fotografia experimental que podes consultar aqui. E então, ficaram com vontade de aprender este processo? O próximo workshop online é já no próximo dia 22 de Junho! Garante já o teu lugar (aqui). Contamos contigo?
À semelhança dos anos anteriores, em Julho, estaremos em Barcelona para o Experimental Photo Festival! Se também estiverem a pensar ir digam-nos qualquer coisa e encontramo-nos por lá! :)
É possível fazer fotografia pinhole com cianotipia?
Já muito pesquisámos sobre o tema e nunca chegámos a uma conclusão plausível. Para começar, para quem não sabe, fotografia pinhole ou fotografia estenopeica é aquela fotografia que se faz sem uma lente, isto é, apenas com um oríficio a servir de entrada de luz. Pode ser feito com uma câmera fotográfica ou com uma caixa ou lata em que, com uma agulha, abrimos um orifício e apenas esse orifício deixa entrar a luz. Se quiserem saber mais sobre este tipo de fotografia existem imensos sites e livros que podem consultar incluindo este. Existe inclusivé o dia mundial da fotografia pinhole que podes consultar aqui.
Mas voltando à nossa questão, conseguimos fazer este tipo de fotografia com cianotipia? Em alguns sites diz que é impossível, uma vez que o ISO do papel sensibilizado com cianotipia é muito baixo e portanto quando exposto ao sol através de um oríficio do tamanho de uma agulha, não consegue ser sensibilizado. Noutros sites diz que é possível mas que o tempo de exposição pode ser de vários dias ou meses. Nós quisemos fazer a experiência e vamos mostrar-vos os resultados.
Para a nossa experiência, utilizámos uma lata de cerveja como "câmera" e colocámos o papel sensibilizado no próprio dia, mais ou menos uma hora após secar a emulsão. Deixámos a lata numa janela, virada para o exterior durante um mês e o resultado que obtivémos foi este.
Uma vez que na fotografia pinhole obtemos o negativo da imagem e não a imagem final, o próximo passo foi digitalizar a imagem e invertê-la no photoshop. Há uns tempos atrás fizemos uma fotografia pinhole usando papel fotográfico, com esta mesma lata, durante o mesmo período de tempo e portanto podemos comparar os resultados:
Portanto, em jeito de conclusão, sim, é possível fazer pinhole com cianotipia mas os resultados podem não ser tão nítidos como pretenderíamos. Além disso, poderíamos dizer que é mais uma solarigrafia do que uma pinhole devido ao tempo de exposição... A nossa experiência durou apenas um mês, pelo que poderíamos ter resultados diferentes deixando mais tempo exposto, será a nossa próxima experiência! Esperamos ter ajudado a desmistificar um pouco esta questão e convidamo-vos também a experimentar e partilhar connosco as vossas experiências! Até breve!
Mas afinal de contas o que é a Cianotipia?
Já percebemos que a maior dúvida que as pessoas têm em relação a este processo é mesmo saber explicar em que consiste. Por essa razão decidimos vir aqui explicar um pouco do que é a cianotipia, como apareceu e como é utilizada nos dias de hoje.
A cianotipia é um processo de impressão fotográfica em tons de azul descoberto em 1842 pelo cientista e astrónomo John Herschel. Ficou conhecido por ser o método usado pela botânica Anna Atkins para imprimir o primeiro livro de fotografia da História. Este processo é de baixo custo e por isso foi bastante utilizado durante os séculos XIX e XX para reproduzir fotografias e também cópias de projectos - os famosos Blueprints. Este processo utiliza dois químicos: o Citrato de Ferro Amoniacal e o Ferricianeto de Potássio. Além disso, misturando-os com água, temos tudo o que necessitamos para conseguir reproduzir uma imagem.
A grande vantagem deste processo face a outros processos alternativos de impressão fotográfica é que pode ser aplicado não só no papel mas também no tecido, na madeira, na cerâmica, no vidro e noutras superfícies, o que faz dele um processo bastante versátil.
Agora que já tens uma ideia do que é a cianotipia só tens de dar asas à imaginação e construir as tuas próprias impressões. A pensar nisso a Maria Azul criou kits de Iniciação à cianotipia com todo o material que irás precisar para poderes fazer cianotipia sem sair de casa. Os nossos kits contêm os quimicos, um pincel (sem partes metálicas devido à corrosão dos químicos), uma base para expores ao sol, amostras de papel, um bastidor, um pedaço de tecido, algumas flores secas, negativos, luvas, uma seringa medidora e claro, um manual de instruções que te explica todo o funcionamento do processo bem como algumas dicas. Do que estás à espera? Mãos à obra!
Vamos cianotipar juntos? ;)
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